Academia da Cidade: apesar das dificuldades, programa é sucesso entre os usuários e ganha prêmio durante congresso

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Luiz Antonio, Liana Lisboa, Nadja Harrop, Cícero Figueiredo e Carolina Maciel

Durante a 14ª Mostra Brasil Aqui tem SUS, que ocorreu no XXXIII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), realizado em Brasília, no mês de julho, o Programa Academia da Cidade do Recife (PAC) venceu como melhor experiência na categoria Atenção Básica, com a apresentação do coordenador do PAC, Prof. Ricardo Menezes, sobre o trabalho que é desenvolvido junto aos usuários.

A presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física de Pernambuco (APEF), a profissional Liana Lisboa, esteve no CREF12/PE, acompanhada dos profissionais Cícero Figueiredo e Luiz Antonio de Assis, todos profissionais do PAC, sendo o último conselheiro do CREF12/PE, ocasião na qual foi o relatada a importante premiação recebida pelo PAC, assim como os problemas que o programa vem enfrentando.

O Programa Academia da Cidade tem 15 anos e está ligado à Secretaria de Saúde do Recife. Ao todo, são 154 profissionais de Educação Física atendendo cerca de 32 mil usuários, nos 42 polos espalhados pelas comunidades do Recife.

Os profissionais de Educação Física que atuam no programa oferecem diversas atividades como aulas de ginástica, dança, práticas corporais, prescrição e orientação de exercícios, dentre outros.

Mas apesar do importante trabalho desenvolvido pelos profissionais de Educação Física do PAC, levando saúde e qualidade de vida através das práticas da Educação Física e do programa ser referência quando trata-se de práticas exitosas em políticas públicas de promoção à saúde, o PAC enfrenta diversas dificuldades que já foram relatadas aos gestores municipais e discutidos durante audiência pública, como relatou a professora Liana Lisboa.

Os profissionais do programa relatam que a insegurança tem tomado conta do programa, com constantes assaltos e arrombamentos. O polo da Avenida Beira Rio, localizado no bairro da Torre, foi arrombado e furtado no final de agosto. As grades do local onde são armazenados os equipamentos foram quebradas e foram levados equipamentos utilizados nas aulas, um bebedouro, balanças, cadeiras e outros objetos.

Essa não é a primeira vez que arrombamentos e furtos acontecem, e os materiais que foram adquiridos depois de toda a mobilização dos profissionais e dos usuários na audiências públicas e reuniões, estão sendo furtados ou danificados. A situação foi agravada quando, ainda no ano passado, a prefeitura dispensou os vigilantes noturnos em todas as academias da cidade, o que causou insegurança tanto para professores, quanto para alunos.

Outro problema enfrentado pelo PAC é a falta de materiais que auxiliam na qualidade dos serviços prestados, como a falta de aparelhos para medir a glicose, por exemplo.

O professor Luiz Antonio relata a importância do PAC para a população, como política pública de saúde, atuando na atenção básica, promovendo saúde e qualidade vida e auxiliando também pessoas com doenças crônicas. O conselheiro também lamenta as dificuldades que o programa vem enfrentando. “Um dos principais problemas que temos é a manutenção da estrutura do programa, a falta de recursos materiais, a carência na higiene e limpeza do polo e das áreas ao redor e a infraestrutura. Temos, por exemplo, usuários hipertensos e diabéticos que precisam utilizar o banheiro, que em muitos polos não tem e quando tem a higiene e a manutenção deixam a desejar”.

Outro problema relatado é a disparidade salarial dos profissionais que atuam no programa em relação aos demais profissionais da área da saúde, e a carência no número de profissionais. “Precisa-se de um concurso para repor o quadro de funcionários, haja vista que o último foi realizado há dez anos, portanto há uma grande defasagem no número de profissionais para atender a demanda de usuários”, ressalta o conselheiro Luiz Antonio.